A busca da utilidade!
É de se pensar, ver uma senhora de 85 anos, com Alzheimer, ainda mesmo que a lucidez não seja completa a faz querer viver a mesma vida. Vamos aos fatos:
Toda vida, dependente do marido, arrumando a casa, fazendo afazeres domésticos. Essa sempre foi sua utilidade quanto a ela mesmo e ao próximo, servir aos outros. Limpar, passar, costurar, arrumar a cama todos os dias, aguar sua samambaia, etc, etc e etc!
Aos 80 anos a doença a atinge, deixando a cada vez mais distante do mundo real (ou seria o mundo dela o real? Vai saber!) fazendo voltar à infância, adolescência e no mesmo momento achar que mãe, pai, irmão, todos já falecidos ainda participam do momento. É duro! Achar que a vida é a mesma de 20, 30, 50 anos atrás.
Daí reparamos, que mesmo no atual estado de consciência, ou a falta dela a pessoa ainda busca a utilidade, aquela que sempre proporcionou a todos e a própria. Que seja rasgar toda a roupa do armário achando que está arrumando elas, ou então botar fogo na cama como se estivesse assando o pão de queijo. Está procurando a utilidade que sempre teve ao próximo, mas não com a mesma consciência.
E quando reclamam a mim.
“- Carlos, você não arrumou a cama, não lavou seu prato?”
Pra quê?
Para participar de um sistema?
Pra ser útil a quem?
E no final a velha senhora é abandonada em um asilo sem a visita de um único parente, e qual sua utilidade agora?
E ai, o que vai pensar agora?
A vida realmente é foda? Ou nós que a construímos assim?
Toda vida, dependente do marido, arrumando a casa, fazendo afazeres domésticos. Essa sempre foi sua utilidade quanto a ela mesmo e ao próximo, servir aos outros. Limpar, passar, costurar, arrumar a cama todos os dias, aguar sua samambaia, etc, etc e etc!
Aos 80 anos a doença a atinge, deixando a cada vez mais distante do mundo real (ou seria o mundo dela o real? Vai saber!) fazendo voltar à infância, adolescência e no mesmo momento achar que mãe, pai, irmão, todos já falecidos ainda participam do momento. É duro! Achar que a vida é a mesma de 20, 30, 50 anos atrás.
Daí reparamos, que mesmo no atual estado de consciência, ou a falta dela a pessoa ainda busca a utilidade, aquela que sempre proporcionou a todos e a própria. Que seja rasgar toda a roupa do armário achando que está arrumando elas, ou então botar fogo na cama como se estivesse assando o pão de queijo. Está procurando a utilidade que sempre teve ao próximo, mas não com a mesma consciência.
E quando reclamam a mim.
“- Carlos, você não arrumou a cama, não lavou seu prato?”
Pra quê?
Para participar de um sistema?
Pra ser útil a quem?
E no final a velha senhora é abandonada em um asilo sem a visita de um único parente, e qual sua utilidade agora?
E ai, o que vai pensar agora?
A vida realmente é foda? Ou nós que a construímos assim?
5 comentários:
Carlim, muitas vezes me surpreendo com sua sensibilidade e perspicácia. Esse texto curto pode nos levar a uma reflexão profunda e complexa sobre nossos conceitos de mundo, nossas ideologias e atitudes muitas vezes contraditórias, incoerentes...
Gostei muito e vc está de parabéns!
Parece que sua utilidade não é exercer atividades domésticas, mas sim, atuar com as palavras.
Bjim!!!
Das duas uma!!!
Ou você está realmente refletindo sobre isso!
ou é desculpa para vagabundo não arrumar a cama e lavar o prato!!!
gahahuahauhauhauhauhauah
até mais primow!!!
abraços!!!
caramba hein carlim essa vc surpreendeu mesmo gostei e vamos torcer para que seja uma reflexao mesmo
Pois é, Carlim! Eu bem sei em quem vc se inspirou para escrever esse texto, viu?
A coisa é triste, eu bem sei. Mas respondendo às suas perguntas, a resposta é SIM pras duas: A vida é foda e nós a construímos assim.
Grande abraço!
Se queres saber mesmo minha opiniao, precisamos mesmo é de um sistema militar bruto por aqui.
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