sexta-feira, 25 de junho de 2010

O DIABO ESTÁ LÁ FORA (parte II de V)

Visto por Ciro M. Costa


Não sei se algum de vocês já sentiu tal cheiro, mas devo dizer que ele era muito forte! Era impossível ignorá-lo! E digo mais: que sorte que alguns de vocês conhecerem enxofre somente pela tabela periódica! Jamais gostariam de sentir aquele cheiro terrível, podem ter certeza!
Que isso, Jonathan? Não é tão mal assim, hã?

Após algum tempo, o cheiro ficou mais fraco. Não sei se é porque nos acostumamos com ele, mas o aroma ficou mais suportável de uma hora para outra. Em momento algum o cheiro se dissipou até que a “coisa” toda terminasse. Ele estava sempre ali. O cheiro de enxofre...
Jonathan, isso está parecendo uma história de suspense! Quer andar logo?
- Argh! – disse Thabyta. – Ainda bem que esse cheiro ficou mais fraco! Já não agüentava mais!
- Nem eu! – respondi. – Engraçado, o cheiro surgiu justamente na hora em que você terminou sua oração!
- Sério?
- É claro que é! Você não percebeu?
- Claro que sim!
- Então por que perguntou: “sério”??? – perguntei isso, fazendo cara de idiota.
- Só para te provocar! Hihihihihi!
- Eu já imaginava!
O professor apelou:
- Pessoal, está difícil hoje, hein? Como vocês conversam! Quem não estiver a fim de aprender, a porta está aberta. Aliás, a porta está fechada, mas se quiserem...
Ele foi até a porta, a abriu e continuou:
- ... posso abri-la para vocês!
Neste momento, todo mundo ficou calado. Era assim todas as vezes que um professor apelava. Na hora, todo mundo ficava quieto, mas depois de alguns minutos, começava tudo de novo.
Porém, fiquei em silêncio por outro motivo. Algo estranho acontecera. No momento em que o professor abrira a porta, por mero acaso, olhei para o lado de fora. O professor não viu o que vi, pois ele ainda estava dentro da sala, ao lado da porta entreaberta. O que eu vi? Bem, a coisa foi meio rápida, pois o professor fechou a porta novamente antes que eu pudesse distinguir o que era aquilo.
Aquilo, por um momento, pareceu um homem. Um homem feio pra cacete. E com chifres.
Hahahahahahah!! É ele, Jonathan!! O chifrudão! Hahahahahahah!!!
O professor continuou sua aula. Mas eu não continuei o mesmo.
- T-Thab-Thab...
- O que foi, Jonathan? Parece amedrontado! – ela me disse.
- V-você n-não v-viu a-aquilo...?
- Aquilo o quê?
Estava na cara que somente eu havia visto. Ninguém ficou assustado ou comentou sobre.
- Jonathan? Você está bem? – perguntou Thabyta, chacoalhando-me.
- Eu... eu...
- Olá? Tem alguém em casa? – desta vez, ela me bateu forte no braço, como costumava fazer sempre.
- Iau! Isso dói!
- Mas você parece um bobo! O que foi que aconteceu?
Neste momento, minha razão voltou ao normal. Pensei que o que havia visto do lado de fora pudesse ser apenas alguém fantasiado. Sim, era isso! Nas turmas de licenciatura, havia muitos trabalhos envolvendo teatros e era normal ver esse tipo de “coisa” do lado de fora das salas, antes que entrassem para apresentar.
Mas nós dois sabemos que não era nada disso! Não é mesmo, Jonathan?
Comecei a rir.
- Hehehehehehhe... Hahahahahahahahahahhaha!!
- Céus! Ficou louco agora? – perguntou Thabyta.
- Hahahahahahahah... ai.. ai! Não foi nada, Thabyta! Putz, como sou bobo!
- Isso já estou cansada de saber!
Como se nada houvesse acontecido, Thabyta começou a “fuçar” em seu aparelho celular, como costumava fazer sempre. Parecia uma mania! Ela adorava fazer aquilo! Penso eu que, se algum dia ela fosse separada daquele objeto, jamais seria a mesma. A menina e seu celular. Parecia até um caso de amor!
Então, coincidentemente ou não, o celular tocou.
- Céus! Que vexame! - gritou Bruce, um aluno que adorava deixar os outros de “saia justa” sempre que algum celular tocava. (Outro nominho americanizado. ‘Bruno’ cairia melhor)
- Psssiiu! Só um minuto, pessoal! – disse o professor Nilton pela milésima vez.
Thabyta levantou-se e foi para o lado de fora para atender o aparelho.
Foi bem rápido. Aliás, foi mais do que rápido. Quando comecei a mergulhar em meus pensamentos de “qual o sentido da vida?” e “por que nascemos e morremos?”, Thabyta voltou e sentou-se novamente.
- Nossa! Mas já atendeu? – perguntei.
Thabyta estava branca. Aliás, Thabyta já era branca. Porém, parecia que ela estava mais do que branca. Parecia que uma caixa de sabão em pó Ace tivesse passado por ela, como na propaganda na TV.
Ace se todo branco fosse assim! Hahahahahahahahah!!!
- Thabyta, o que aconteceu??
Ela não piscava os olhos. Parecia que havia visto um fantasma!
Foi quase isso, Jonathan!
- Thabyta!!! Você está bem?
Ela continuou parada, olhando fixamente para frente.
Ei! Ela estava realmente assustada, não é Jonathan?
Fiquei preocupado com ela. Não uma preocupação comum. Uma preocupação de pai. Não que eu me sentisse um pai para ela... bem, eu sei lá! Não é hora para ficar analisando sentimentos paternos! Acho que nenhum de vocês vai querer saber sobre psicologia agora, não é? Que bom, pois não entendo nada de psicologia! Meu negócio é Letras!
Você está fugindo do assunto, Jonathan! Está com medo de continuar?
Dei uma chacoalhada em Thabyta, assim como ela havia feito comigo antes. Ela piscou os olhos e me olhou, parecendo acordar de um pesadelo.
- Thabyta! – eu disse.
- Eu... eu... – ela disse.
- O que aconteceu? Por que voltou tão rápido? E neste estado?
- Lá fora...
- O que tem lá fora?
- Um... um...
- Um o quê??
- Um... monstro...
- Monstro?
- Eu... estou... com medo...
Estava na cara que ela havia visto o... SÓ NA PRÓXIMA SEXTA, PESSOAL!!!!

2 comentários:

Pietro disse...

o Carlinhos pelado, pronto, falei, deve ser horrível mesmo!

Triple BI disse...

o carlinhos pelado é lindiu viu !!!!!
Boba !!!!